A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), por meio da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória, cumpriu, na última sexta-feira (18), um mandado de prisão preventiva expedido em desfavor de um homem de 18 anos, suspeito de ter envolvimento no homicídio de um homem de 46 anos, ocorrido em Vitória, no dia 07 de junho deste ano.
A ação da PCES contou com o apoio do Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), e do 19º Batalhão de Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG).
Durante o andamento do inquérito policial, as equipes da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa de Vitória chegaram à informação de que o acusado estaria escondido no município de Teófilo Otoni, em Minas Gerais. As informações foram repassadas para as autoridades policiais do município, o que resultou na prisão do suspeito.
Após a prisão, o suspeito foi encaminhado ao sistema prisional, onde ficará à disposição da Justiça do Espírito Santo. “Ele vai ser recambiado pela Secretaria da Justiça (Sejus), após solicitação do Poder Judiciário”, disse o titular da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa de Vitória, delegado Marcelo Cavalcanti.
O crime
No dia 07 de junho de 2022, um técnico de telecomunicações de 46 anos foi morto no bairro Joana D’arc, em Vitória, após ser vítima de uma emboscada. O crime foi arquitetado por dois irmãos, uma mulher de 28 anos e um homem de 24, após terem recebido a informação inverídica de que a vítima estava interessada na namorada do homem de 24 anos, que é menor de idade.
Após o relato, a dupla se reuniu com a adolescente e planejou o assassinato. Como a adolescente já havia prestado alguns serviços para a vítima no passado, ela era considerada uma “pessoa de confiança”, o que facilitaria a ação criminosa.
A emboscada consistia em marcar um encontro entre a adolescente e a vítima, atraindo-a para o bairro Resistência, em Vitória, onde a adolescente entregaria uma camiseta para o homem. Posteriormente, ele seria levado pelo namorado da adolescente até o alto da pedreira de Joana D’arc, onde seria executado.
Tudo ocorreu conforme o planejado. O suspeito de 24 anos levou o homem para o alto da pedreira, onde ele foi agredido até a morte por outros dois acusados, de 18 e 16 anos. Ele foi ferido com golpes de martelo, machado e pedaços de madeira, e os objetos pessoais dele foram subtraídos. O cadáver foi atirado num lago após os envolvidos constatarem que o homem se encontrava sem vida.
Um dia após a execução, a organização criminosa que comanda o tráfico de drogas no bairro Conquista tomou conhecimento do crime e os chefes do tráfico obrigaram o homem de 24 anos a retirar o cadáver da vítima do lago. Diante das ordens, o suspeito seguiu até a lagoa com outros três homens, de 31, 21 e 34 anos. O grupo retirou o corpo das águas e o deixou no bairro Santa Luíza, em Vitória, e realizaram diversas transações com os cartões da vítima.
Segundo o delegado Marcelo Cavalcanti, o rumor de que a vítima estaria cortejando a namorada de um dos envolvidos não foi confirmado durante o período de investigações. “O crime foi motivado pela vítima ter supostamente cortejado a adolescente de 16 anos, que é namorada de um dos envolvidos. Porém, isso não pôde ser constatado durante a investigação, o que nos leva a concluir que a vítima foi executada por um motivo completamente mentiroso e fútil, sem ter a menor chance de se defender das acusações”, relatou o delegado.
Texto: Rachel Nunes, estagiária da Assessoria de Comunicação SESP
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