Diminuição Significativa de Queimadas em Agosto de 2025, Dados do INPE Revelam
De acordo com o monitoramento do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), agosto de 2025 apresentou uma queda drástica no número de focos de queimadas no Brasil, registrando o menor número desde 2019. Este resultado é especialmente notável considerando que ocorre no pico do período seco, que se estende de maio a outubro.
Este ano, até o dia 22 de agosto, foram registrados 39.740 focos, uma decrescente significativa em comparação aos 97.742 focos observados no mesmo período em 2024. Apesar da redução geral, nove estados apresentaram aumento nos registros: Amapá (40%), Bahia (18%), Ceará (6%), Paraíba (83%), Pernambuco (52%), Piauí (23%), Rondônia (47%), Rio Grande do Sul (9%) e Sergipe (91%). Ainda assim, apenas Bahia, Piauí e Rio Grande do Sul contabilizaram mais de mil focos cada.
O estado de Mato Grosso, embora tenha visto uma redução acentuada de 69% em comparação ao ano anterior, continuou a liderar o ranking com 5.760 focos. Este número só é superado pelos dados de 2011, quando foram registrados 5.468 focos até agosto.
Especialistas do Mapbiomas atribuem essa melhora ao retorno das chuvas no inverno e ao menor uso do fogo para a preparação de terrenos, principalmente na Amazônia. Em julho, a área queimada no Cerrado foi a mais extensa, com 1,2 milhão de hectares, e na Amazônia, a área afetada foi de 1,1 milhão de hectares, representando uma diminuição de 70% em relação a 2024.
Em São Paulo, o esforço combinado de monitoramento avançado, treinamento de equipes e condições climáticas mais favoráveis resultou em uma queda de 75% nos incêndios reportados na primeira metade de agosto, com apenas 148 ocorrências em 2025 comparadas às 548 em 2024. Alertas continuam em vigência para regiões centrais, norte e noroeste do estado devido às condições propícias para queimadas e incêndios espontâneos.
Nos aspectos climáticos, a Agência Nacional de Águas (ANA) registrou um leve abrandamento da seca em Amazonas e Sergipe, enquanto outros 14 estados enfrentaram intensificação do fenômeno em julho. A seca extrema voltou a ser uma realidade no bioma da Caatinga.
Mudanças climáticas, esforços de prevenção e monitoramento continuado serão cruciais para entender e controlar o impacto das queimadas no ecossistema brasileiro nos meses seguintes.
Agosto mantém baixos índices de queimadas após semana crítica
Meio Ambiente