Ministério da Saúde amplia combate ao câncer de colo do útero com novo teste de HPV
O Sistema Único de Saúde (SUS) começará a oferecer a partir desta sexta-feira (15) um avançado teste para o rastreamento do câncer de colo do útero em mulheres. Conhecido como teste de biologia molecular DNA-HPV, o método tem capacidade para detectar 14 genótipos do papilomavírus humano (HPV), apontado como principal causador da doença.
Desenvolvido pelo Instituto de Biologia Molecular do Paraná, vinculado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), esse novo exame substituirá o tradicional exame citopatológico, popularmente conhecido como papanicolau, e será usado primariamente para identificação do vírus, mesmo antes das lesões se tornarem visíveis ou evoluírem para câncer. O papanicolau será mantido, mas apenas para confirmar casos positivos identificados pelo teste molecular.
O Ministério da Saúde destaca que a nova tecnologia não apenas eleva a precisão diagnóstica, mas também amplia o intervalo entre os testes para até cinco anos quando o resultado é negativo, gerando maior eficiência e redução de custos. A coleta do material para o teste de DNA-HPV é similar à realizada no exame de papanicolau, onde a secreção do colo do útero é coletada durante um exame ginecológico, porém, agora, essa secreção é colocada em um tubo com líquido conservante.
Inicialmente, a implementação do teste na rede pública será em estados selecionados como Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, e outros, visando uma cobertura inicial que contemple locais com serviços de referência para colposcopia e biópsia, assegurando um atendimento de qualidade para mulheres com resultados alterados. Esse processo começará em 2024 e se expandirá progressivamente, com o objetivo de abranger todo o território nacional até dezembro de 2026, beneficiando anualmente 7 milhões de mulheres entre 25 a 64 anos.
Este novo modelo de rastreamento é considerado um marco para a saúde da mulher no Brasil, especialmente levando em conta que o HPV é responsável pelo terceiro tipo de câncer mais incidente em mulheres no país, com 17 mil novos casos esperados anualmente entre 2023 e 2025, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). A oferta deste teste alinha-se às estratégias da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a eliminação do câncer de colo do útero como problema de saúde pública até 2030.
Saiba como é o novo teste do SUS para detectar câncer do colo do útero
Saúde