Devido às mudanças nas normas contábeis e ao aumento da inadimplência, o Banco do Brasil (BB) enfrentou uma significativa queda nos lucros no primeiro semestre de 2025. Entre janeiro a junho, o lucro líquido ajustado da instituição financeira foi de R$ 11,2 bilhões, representando uma queda de 40,7% em comparação com o mesmo período do ano anterior, conforme revelou o balanço publicado.
No detalhamento trimestral, o BB registrou um lucro de R$ 3,8 bilhões no período de abril a junho, marcando uma redução de 60% em relação ao mesmo trimestre de 2024. A instituição destaca que 2025 é um “ano de ajuste para aceleração do crescimento”, com projeções que apontam para um lucro entre R$ 21 bilhões e R$ 25 bilhões, ao mesmo tempo em que continua a investir em tecnologia e treinamento de funcionários para melhorar o atendimento e as soluções oferecidas aos clientes.
Uma mudança significativa implementada em 2025 foi a resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN), que introduziu novas diretrizes contábeis focadas no modelo de provisão para perdas esperadas. Essa alteração ajustou a forma de reconhecimento das receitas e despesas, impactando diretamente no registro de R$ 1 bilhão a menos em receitas de crédito do banco.
O índice de inadimplência, que mede os atrasos superiores a 90 dias, subiu para 4,21% no segundo trimestre, acima dos 3% registrados no mesmo período do ano anterior, com o agronegócio sendo um ponto significativo de preocupação, dado o papel do banco como líder de crédito nesse setor.
Apesar das adversidades, o Banco do Brasil ampliou sua carteira de crédito em 1,3% ao longo do trimestre, alcançando R$ 1,3 trilhão, com aumentos notáveis nos segmentos de pessoa física, jurídica e agronegócios.
No entanto, esses desafios financeiros levaram à revisão das projeções econômicas para o resto do ano, com uma expectativa de crescimento da carteira de crédito entre 3% e 6%, e uma margem financeira bruta projetada entre R$ 102 bilhões e R$ 105 bilhões para 2025.
Embora o Banco do Brasil esteja atravessando um período complexo, os esforços para aprimoramento da gestão e das operações financeiras continuam a ser uma prioridade, visando não só a recuperação do lucro mas também a manutenção da robustez no cenário econômico nacional.
BB tem lucro de R$ 11,2 bi no primeiro semestre, queda de 40,7%
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