No Dia Internacional dos Povos Indígenas, a Prefeitura de Anchieta ressalta a importância de preservar e valorizar a memória dos primeiros habitantes da região. Há cerca de 12 mil anos, os Tupiniquins, pertencentes ao tronco Tupi-Guarani, ocupavam o território atualmente conhecido como Anchieta, vivendo na aldeia de Rerigtibá em estreita harmonia com a natureza.
Os Tupiniquins, organizados em grandes malocas sob a liderança de um morubixaba, desfrutavam de uma vida coletiva que ia além da subsistência. Essa dinâmica promovia um elo simbólico e sagrado com a terra, fundamental para sua cultura e identidade. As mulheres desempenhavam um papel essencial, responsáveis pela alimentação e pela produção artesanal, enquanto as crianças eram instruídas nas atividades dos adultos, assegurando a transmissão dos saberes tradicionais.
Os rituais funerários nos Tupiniquins eram de grande importância, com sepultamentos realizados em áreas sagradas. Escavações no sítio de Reritiba, agora abrigo do Santuário Nacional de São José de Anchieta, revelaram enterramentos milenares e objetos cerimoniais, ressaltando a necessidade de preservação desse patrimônio cultural.
Além dos Tupiniquins, a região também foi habitada por povos sambaquieiros, conhecidos pela construção de sambaquis — grandes depósitos formados por conchas e ossos, bem como pela cerâmica ornamentada utilizada em cerimoniais. Esses povos eram reconhecidos pela expressividade estética de suas obras, que incluíam pinturas corporais e adornos diversos, e pela habilidade em guerros, evidenciando um legado de força e resistência.
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